Espaços semipúblicos ou híbridos, um modo de amenizar a insegurança por meio de conexões entre locais e pessoas.
As grandes cidades são comumente vistas por seus habitantes como locais não tão seguros. Essa sensação se agrava pela falta de conexões dos edifícios com as ruas e com seus habitantes, coibindo assim a circulação mais franca de pessoas. Quanto mais vazio for o local, mais inseguro ele se torna.
Um modo de gerar conexões entre locais e pessoas, e por consequência amenizar a insegurança, existe o conceito de espaços semipúblicos ou híbridos, que funcionam como extensões das calçadas ou então dos térreos dos edifícios como convites à interação.
Os passeios compõem espaços de conexão entre o público (rua) e o privado (interior dos edifícios). A fim de atrair pessoas e interagir com elas, as calçadas podem receber, além da sua própria extensão conjugada com os térreos do edifícios, intervenções de pequenas proporções, como mesas, bancos, iluminação, vasos com plantas ou até bicicletários. Ou seja, elementos que forneçam beleza, luz ou conforto, capazes de aumentar a circulação e a permanência de pessoas.
Esse é um dos motivos de considerarmos o tratamento de qualquer edifício no nível térreo tão importante, pois determina o grau de conexão entre pessoas e lugares, a chave para a segurança dos espaços públicos. Os térreos podem receber, por exemplo, passagens urbanas que liguem uma rua à outra, fachadas com grandes trechos de transparência que despertem a curiosidade do pedestre e por outro lado integra o interior exterior, acessos francos, mais convidativos ou até por meio de usos específicos como bares e restaurantes.
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por Mariane Banin e Omar Dalank